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Frequência - uma variável central na física e na vida quotidiana

O que é a frequência?

A frequência é uma grandeza física fundamental que descreve a frequência com que um acontecimento recorrente se repete num determinado período de tempo. Na maioria dos casos, trata-se de oscilações ou ondas, por exemplo, em sistemas mecânicos, eléctricos ou acústicos. Estas oscilações são o exemplo típico de processos que se repetem regularmente. A unidade de medida de frequência reconhecida internacionalmente é o hertz (Hz), que recebeu o nome do físico alemão Heinrich Hertz. O hertz é, portanto, a unidade que utilizamos para medir a frequência com que um evento ocorre por segundo. Uma frequência de 1 Hz significa que um acontecimento se repete uma vez por segundo.

A relação matemática é simples:
Frequência (f) = número de repetições / tempo (segundos)

Este valor permite descrever com precisão fenómenos físicos – seja a corrente alternada numa tomada, a rotação de um motor ou a vibração de uma corda de guitarra. A dinâmica de muitos processos naturais e técnicos também pode ser captada através de sequências repetidas. Quer seja o bater regular de um relógio mecânico ou o comportamento cíclico de sistemas biológicos – é possível identificar em todo o lado padrões baseados na repetição sistemática.

Frequência na vida quotidiana: em todo o lado e quase sempre despercebida

Encontramos frequências na nossa vida quotidiana com mais frequência do que pensamos. Quer seja o tiquetaque de um relógio, o piscar de uma lâmpada ou o som de um instrumento musical – o conceito de frequência está por detrás de muitos destes fenómenos quotidianos. As frequências permeiam constantemente o espaço à nossa volta – quer sejam audíveis, visíveis ou invisíveis.

Um exemplo bem conhecido é o tom de concerto A com uma frequência de 440 Hz. Este tom é utilizado como tom de referência na música e representa uma vibração com 440 repetições por segundo. Os tons baixos têm uma frequência mais baixa, os tons altos têm uma frequência mais alta.

Acústica: como a frequência determina a nossa audição

Em acústica, a frequência descreve a rapidez com que as alterações de pressão se propagam num meio – normalmente o ar. O ouvido humano consegue percecionar frequências entre cerca de 20 Hz e 20.000 Hz (20 kHz). Esta gama engloba todos os sons que podemos ouvir – desde o ronco baixo até ao assobio agudo.

Cada vibração percetível das moléculas de ar corresponde a um determinado tom. O comprimento de onda, ou seja, a distância entre dois picos ou depressões da onda, está diretamente relacionado com a frequência. Aplica-se o seguinte:

Quanto maior a frequência, menor o comprimento de onda – enquanto a velocidade de propagação do som permanece a mesma.

Ondas electromagnéticas: Do rádio à luz

A frequência não é apenas extremamente relevante na gama audível. As ondas electromagnéticas – como as ondas de rádio, as micro-ondas ou a luz – também se caracterizam pela sua frequência. O comportamento e a aplicação da respectiva onda alteram-se consoante a frequência.

  • Ondas de rádio: De alguns quilohertz (kHz) a vários gigahertz (GHz)
  • Micro-ondas: Vários gigahertz, por exemplo, para WLAN ou radar
  • Radiação infravermelha e visível: frequências do espetro terahertz
  • Ultravioleta, raios X, gama: frequências ainda mais elevadas com comprimentos de onda correspondentemente curtos

A gama de frequências visíveis ao olho situa-se entre cerca de 400 THz e 800 THz. A frequência determina a cor que percepcionamos no espetro visível.

A relação entre onda e frequência

Cada frequência faz parte de uma onda. Uma onda consiste em padrões recorrentes, como as cristas na água ou os picos de tensão num sinal elétrico. A frequência de uma onda indica quantos destes padrões ocorrem num segundo.

Esta ligação é particularmente importante nos domínios da ótica, da tecnologia de rádio e da medicina. Por exemplo, as ondas sonoras de alta frequência são utilizadas em exames de ultra-sons para visualizar os tecidos no interior do corpo.

Frequência em eletrónica e comunicação

As frequências são omnipresentes no mundo digital. Os processadores modernos funcionam com frequências de relógio na ordem dos gigahertz. Assim, um processador com 3,2 gigahertz efectua 3,2 mil milhões de ciclos de computação por segundo.

A frequência também desempenha um papel central na tecnologia de comunicação:

  • WLAN: normalmente transmite em 2,4 GHz ou 5 GHz
  • Rádio móvel: Utiliza bandas de frequência com frequências médias a altas
  • Bluetooth, GPS, rádio: cada tecnologia utiliza gamas de frequência específicas, optimizadas para as suas necessidades

Aplica-se o seguinte:

As baixas frequências são adequadas para longas distâncias de transmissão, enquanto as altas frequências permitem uma taxa de transmissão de dados mais elevada e um controlo mais preciso.

Frequência na física quântica e na ciência

A frequência é também indispensável na física moderna. Na física quântica, por exemplo, a energia de um fotão é determinada pela sua frequência. A famosa fórmula de Planck diz o seguinte:

E = h – f

Onde E é a energia, h é o quantum de ação de Planck e f é a frequência. Quanto maior for a frequência, maior será a energia do fotão.

Estes processos de alta frequência são utilizados em espetroscopia, astronomia e investigação de materiais para analisar a matéria a nível atómico.

Aplicações típicas – Onde a frequência é utilizada

O termo frequência é utilizado em muitos domínios científicos e técnicos, por exemplo:

  • Na tecnologia médica: ultra-sons, MRT, EEG
  • Na alimentação eléctrica: Frequência da rede eléctrica (50 Hz na Europa)
  • Na aviação: frequências de rádio para comunicações
  • Em astronomia: os radiotelescópios recebem frequências cósmicas
  • No processamento de sinais: filtros de áudio, equalizadores, técnicas de modulação

Estes exemplos mostram-no: A utilização orientada das frequências permite progredir em quase todas as disciplinas.

Porque é que a compreensão da frequência é importante

A compreensão da frequência ajuda-nos a compreender melhor o mundo. Seja na análise de fenómenos naturais, na construção de dispositivos técnicos ou na transmissão de informação – a frequência desempenha um papel crucial.

A frequência serve como uma medida central para descrever processos regularmente recorrentes na natureza e na tecnologia.

De certa forma, corresponde ao ritmo da natureza: batimentos cardíacos, som, movimento – todos estes processos rítmicos podem ser explicados por frequências. A tecnologia moderna de sensores e controlo baseia-se também frequentemente em dados registados periodicamente que são sistematicamente analisados. Na indústria, estes princípios são utilizados para controlar com precisão os processos, por exemplo, nos testes de qualidade ou na automatização. Em muitas áreas, este tipo de avaliação garante maior eficiência, fiabilidade e um controlo de processos significativamente melhor.

Conclusão: A frequência é uma variável-chave no nosso mundo

A frequência é muito mais do que uma simples quantidade física abstrata. É uma ferramenta central para medir, compreender e utilizar fenómenos na natureza e na tecnologia. Desde simples oscilações a complexas ondas electromagnéticas – ajuda-nos a pôr ordem na multiplicidade de acontecimentos recorrentes.

Em combinação com outras grandezas físicas, a frequência constitui a base de inúmeras tecnologias que caracterizam a nossa vida moderna. Seja no ouvido, no router WLAN ou no universo – tudo vibra, tudo tem a sua frequência.